Difícil, porque gostar de verdade é muito raro. Necessita de preocupação, de química, lágrimas, brisa ou encantamento. Sexo, envolvimento e até paixão, é fácil.
Mas gostar mesmo, é muito difícil. Para gostar de alguém não precisamos que este seja o mais bonito ou o mais sexy, mas ser apenas aquele a quem se quer proteger e que quando se chega ao seu lado nos sintamos encantados, estando ele bem ou deprimido. A protecção não precisa de ser decidida ou autoritária, basta muitas vezes um olhar de compreensão ou mesmo de aflição, um afago na cabeça ou na mão.
Quem não sabe gostar é quem não tem amor, é quem não sabe o gosto de gostar. Há quem não saiba o gosto de gostar. Uma pessoa pode ter várias outras desejando-a, pode ter um envolvimento e vários amantes e mesmo assim pode não ter alguém que goste dela verdadeiramente.
Não sabe gostar quem nunca sentiu o gosto de ver o seu pensamento invadido de repente no fim-de-semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia, com a imagem do outro.
Não sabe gostar quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não sabe gostar quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afectuoso.
Saber gostar é também exagerar. Saber gostar é enlouquecer aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
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